terça-feira, 6 de julho de 2010

A CASA DE GOMES JARDIM

Uma das mais antigas construções do município de Guaíba, a Casa de Gomes Jardim originalmente foi sede da Estância das Pedras Brancas e pertencia a Antônio Ferreira Leitão. Na época de sua construção, fins do século XVIII deram-se o princípio do processo de colonização da região, antes habitada por índios pertencentes ao grupo tupi-guarani. No início do século XIX, a sede ganhou novo proprietário: José Gomes de Vasconcellos Jardim, que se casou com Isabel Leonor Ferreira, filha de Ferreira Leitão.Por ser Gomes Jardim um dos líderes farrapos, o cenário composto pela Casa e o Cipreste histórico - hoje patrimônio do estado, serviu a um dos momentos mais importantes da Revolução Farroupilha, pois ali os líderes Farrapos planejaram a tomada da Capital da Província em 1835.À frente da casa, à sombra do cipreste - monumento natural presente no hino, no brasão e na bandeira de cidade - foram traçadas as atitudes derradeiras para dar início a maior guerra da história brasileira. Também foi nesta casa que, dois anos após o término da Revolução Farroupilha, já adoentado, morreu seu grande líder General Bento Gonçalves da Silva.Durante o século XX, acompanhando o desenvolvimento da urbanização, a casa sofreu algumas alterações em sua fachada. Sua arquitetura, caracterizada exclusivamente pelo estilo colonial português em um primeiro momento, sofreu modificações executadas de acordo com o estilo eclético clássico, nas rimeiras décadas do século XX.Os fatos apresentados revelam que a casa de Gomes Jardim está ligada tanto aos processos históricos de formação da cidade de Guaíba como aos do Rio Grande do Sul. Em razão disto, a sua visitação está incluída na programação do projeto "Turismo na Costa Doce", uma iniciativa promovida pelo SEBRAE/RS que visa incentivar o turismo cultural, rural e náutico da região litorânea do estado, contribuindo com a sustentabilidade econômica das respectivas comunidades.A casa de Gomes Jardim, obra tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, é um monumento de fundamental importância para preservação da memória da cidade de Guaíba. É reconhecidamente uma das mais antigas construções do município, onde, a partir do seu entorno, desenvolveram-se as relações econômicas, sociais, políticas e culturais formadoras da identidade societária guaibense e do próprio Rio Grande do Sul.

: Angélica Fraga

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